Mamãe, compra um vestido bem bonito pra mim?
Minha filha, vestido bem bonito custa muito caro e a gente não tem dinheiro.
Mamãe, por que a gente não tem dinheiro? O papai não trabalha?
Papai trabalha e mamãe também, fazendo os geladinhos que a gente vende e cuidando de você e de seu irmão. Mas a gente não tem dinheiro porque somos pobres.
E o que é que é pobre, mamãe?
Eu sei que pobre é quem não tem dinheiro. Pergunta pro seu pai, que tá justamente lendo um livro que explica como nasceu a pobreza na Bahia.
Papi?
Hum?!?
Que livro é esse que você tá lendo?
Ah, minha filha é o livro As raízes da pobreza na Bahia, de um professor chamado Fernando Pedrão, que conta como começou a pobreza na Bahia e porque ela ainda existe até os dias de hoje.
Ah, pai! E o que é pobreza?
O professor diz que pobreza é aquilo que impede que a gente tenha acesso aos resultados da atividade econômica, ou seja, tudo o que exclui alguém do que a sociedade toda produz.
Não entendi nada, painho...
É assim, minha filha: pobreza são as coisas que não deixam que a gente compre seu vestido, que a gente pegue um táxi quando quer sair, que a gente use a internet ou que vá assistir um cinema ou um show que a gente quer ver porque não tem dinheiro. Quando a gente não pode fazer nada disso, é porque estamos na pobreza.
Mas pai, isso não é falta de dinheiro? Toda vez que a gente quer fazer uma coisa dessas, a resposta é: “a gente não tem dinheiro pra isso.”
É, meu amor. Mas não é só a falta de dinheiro da gente. O problema da pobreza é quando muita gente do país não tem dinheiro nem para comprar as coisas que o país mesmo produz.
E por que é assim, pai?
O professor acha que tudo começou quando a gente ainda tinha escravos no país, lembra? Outro dia a gente tava fazendo dever de História...
Lembro! Primeiro tinha a economia escravista no Brasil — e na Bahia.
Muito bem, minha filha. Depois, quando veio a abolição, esses ex-escravos e também os outros que não tinham dinheiro mas precisavam trabalhar, viraram trabalhadores que tinham salários pequenos, e isso vem assim há muito tempo.
Ô pai, esse professor aí não fala nada sobre capital? Eu sei que o capital é muito importante nessa história...
Lá vem ele, todo metido, só porque tá fazendo faculdade... eu sei o que é capital bestão: a capital da Bahia é Salvador.
Hahahaha! Ô meu bem, seu irmão tá falando de outro tipo de capital. Explica pra ela, Jão.
O capital é um dos fatores de produção, como o trabalho também é. O capital é formado pela riqueza, gera renda, é representado pelo dinheiro e também pode ser definido como todos os meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros bens.
Agora é que eu não saquei nada mesmo...
Eu explico: geralmente, meu bem, a gente vê o capital como o dinheiro. Mas ele é mais que isso, ele é o resultado do trabalho que pode ser usado para fazer outras coisas. Por exemplo: quando sua mãe faz geladinho pra vender, quem é que faz o geladinho?
Ela, ora.
É. Mas ela não faz sozinha. Ela faz o suco, coloca nos saquinhos e bota no congelador, não é assim?
É, pai.
Então. Ela faz o trabalho quase todo, mas quem gela o geladinho é o congelador, né isso?
É, pai.
Pois é, minha flor, o congelador é parte da geladeira que papai comprou. Então, a geladeira, que foi fabricada por alguém, custou dinheiro. E aqui em casa ela é usada pra fazer mais dinheiro, produzindo geladinho. Entendeu até aqui?
Entendi, painho.
Então: nesse caso, a geladeira é capital, pois é um meio de produção do geladinho, é resultado do trabalho de alguém e é utilizada para a produzir outros bens outros bens, que são os geladinhos que mamãe vende. Sacou?
Ah, agora, sim.
Ô pai, eu peguei o bonde andando, dá pra fazer uma repescagem aí pra mim?
Tudo bem, Jão. Eu estava explicando a sua irmã como a pobreza surgiu e se enraizou na Bahia, segundo este livro que estou lendo. Como eu dizia, a pobreza dos escravos foi substituída pela pobreza dos trabalhadores libertos, mas ainda na mesma realidade da economia escravista, onde trabalhavam lado a lado escravos e libertos.
Mas não é nessa época que nossa economia era principalmente agrária?
Exatamente.
Pai, o que é agrária?
Agrária, meu bem, quer dizer do campo, da agricultura, das atividades ligadas à terra. Quer dizer que nesse tempo a riqueza da Bahia vinha das plantações de cana e do comércio de açúcar.
E era uma economia voltada para a exportação do açúcar.
É. E uma economia voltada para a exportação paga mal a seus trabalhadores e isso não deixou que nosso povo tivesse mais dinheiro para guardar e comprar coisas.
Pai, só não entendo uma coisa: e a indústria, por que não entrou na Bahia desde cedo?
Ah, meu filho, aí são outros quinhentos. A formação da Bahia é notável por causa da economia agromercantil, que foi a forma dominante.
Peraí, pai. Primeiro agrária, agora agromercantil???
Economia agromercantil é a economia que tem base nas atividades da terra, agricultura, pecuária, e no comércio.
Isso. Assim, o capital gerado pela atividade agrária sempre teve mais interesse no investimento em terras e na própria agricultura, que devolvem o dinheiro aplicado mais rápido. Esse tipo de capital, sempre foi mais forte que o capital da indústria e assim ajudou — e muito — a manter a pobreza no Estado.
Ô pai, e pra piorar, os trabalhadores, mal pagos, não atraíam o interesse do grande capital, de forma que ele viesse industrializar a Bahia, já que não tinham dinheiro para comprar bens produzidos pelas indústrias.
Meu garôuto! Isso é o que se chama de mercado. O nosso era um mercado fraco, como vocês dizem hoje.
Ô mãe, tira Jão daqui que eu tava conversando com o pai e ele chegou eu não tô entendendo mais nada...
Quéta, moço, que a conversa aqui tá boa. Fica quieta aí pra ver se aprende alguma coisa e não fica pobre o resto da vida...
Ô de casa, eu ouvi alguém falar de trabalhador? Tô pra ver alguém trabalhar mais que eu... e o salário, ó...
Chega à frente, cumpádi, que eu acabei de passar um café inda agorinha... e a prosa aí tá que tá...
Bença, padim...
Deus te abençôe, minha filha... nossa, tu tá uma moça, hein? E bonita que nem uma flor do campo... Daqui a pouco o cumpádi vai ter que butar o facão atrás da porta...
Pois é, compadre, a gente tava aqui falando da questão da pobreza na Bahia. E o compadre, pode ajudar a gente nesse assunto?
Ô cumpádi, eu sei que lá no campo o problema é mais grave que nas cidades, porque metade da Bahia é terra de semiárido. Quer dizer, chove, mas a terra não segura a água e fica seca. Aí, esse pedação de terra tem que ser tratado de forma diferente. E seus trabalhadores são mais mal pagos ainda que os das cidades. Pra piorar, nunca nenhum governante teve interesse político de fazer com que a região ficasse boa para a economia. Porque a terra é boa e o povo, é do melhor! “Farta” capital.
Pois é, compadre, a Bahia podia ter investido nessa região, mas preferiu transferir a maior parte da riqueza que gerava para os estados do Centro-Sul do país, investindo em imóveis e mesmo em agricultura.
P’ocê ver, cumpádi. Mesmo quando teve aquela expansão por causa do cacau, esse capital foi transferido para a compra de imóveis no Sudeste do país e pra importar produtos de lá.
Ô tio, mas tu acha que a urbanização não ajudou em nada?
Ô, Jão, aconteceu o seguinte: no primeiro momento, a urbanização da Bahia ganhou algum impulso com a instalação da Petrobrás, com a primeira etapa da usina de Paulo Afonso e com a formação de uma certa infraestrutura, quer dizer, estradas, transportes, energia, coisas assim, que só o governo mesmo pra fazer.
Isso, compadre. Depois, Salvador e Camaçari foram beneficiadas pelo processo de industrialização que o Governo Federal induziu. Nesse momento, a maior parte dos recursos veio para Salvador, que passou a absorver os principais recursos do Estado, paralisando o resto.
Porém, parece que o Sudeste continua mandando no Nordeste e na Bahia...
É isso mesmo, Jão. As relações entre as regiões se modificaram a partir da década de 1970, quando a Bahia passou a produzir produtos intermediários na cadeia industrial.
Ah, sim: se formou mesmo uma classe média, que até aí não existia.
É, mas mesmo assim, as relações com o Sudeste ainda são de desvantagem para a Bahia.
Pai, tem meia hora que eu não tô entendendo mais nada... O senhor pode explicar melhor isso aí?
É fácil, meu amor. Veja bem, com aquele passado escravista, pequenos salários e sem trabalho mesmo para quem tinha faculdade, não deu pra criar consumidores que atraíssem para cá as indústrias que fizessem os bens que os consumidores compram.
Assim, sem indústrias, também não foram criados empregos que pagassem melhor.
Ah, é aí que surge a economia informal, ou seja, aquela economia sem carteira assinada, que não dá direitos trabalhistas e não arrecada impostos para o país.
Essa economia informal, além de concorrer com setores importantes da economia formal, como o da construção civil, também é abalada em momentos de crise.
Além disso, todas as formas de pobreza urbana que já existiam continuaram existindo, porque a urbanização não trouxe mudanças no mercado de trabalho que permitisse a criação de novos canais de redistribuição da renda da cidade.
Padím, ainda tô voando, mas deixa ver: o geladinho da mamãe é economia informal?
Exatamente, querida. A mamãe não tem carteira assinada, não tem direitos trabalhistas e não arrecada impostos para o país.
Padím, e se a gente é pobre, quer dizer que a economia informal não ajuda em nada?
Meu bem, aconteceu o seguinte: além daqueles capitais que já falamos, apareceu um outro, chamado de capital financeiro que se juntou com o capital industrial.
Eles casaram?
Hahahaha! Não é bem isso, não. Mas eles se juntaram, quer dizer: as indústrias começaram a ter muito lucro e criar muito capital, o chamado capital industrial. Aí, passaram a usar esse capital não mais para produzir bens, como vimos, mas para produzir mais capital, que é chamado de capital financeiro. O maior problema é que o capital financeiro não cria empregos nem produz nada.
Assim, além de não completar a economia formal, a economia informal tem sido uma maneira de manter a população que não tem emprego ou que tem emprego incompleto na economia das cidades.
Ô pai, e o que é que é modernização? Outro dia lá na faculdade saiu tanto conceito que eu não sei o que é...
O conceito que o professor usa é que modernização é o processo de mudança de estruturação social de economias dependentes, que são atingidas por sucessivos impactos vindos de fora, nos componentes técnicos e subordinados de sua formação social, sem necessariamente corresponder às determinações de movimentos em nível de sua formação de classes.
MEU PAI, eu não tô entendendo NADA!
Quer dizer o seguinte, minha filha: acontece alguma coisa num país lá fora e a gente sofre os efeitos, porque somos mais fracos, mesmo que não seja o que a gente quer. Entendeu?
É como um tsunami?
Exatamente, meu amor: começa em outro país e não dá pra gente ver nem quando começa nem quando acontece. A gente só sofre os efeitos.
Ô cumpádi, é interessante que a modernização não tenha trazido nenhuma mudança nesse quadro...
Na verdade, com a modernização aconteceu o seguinte: as partes tradicionais da economia continuaram sendo quem dava mais emprego, mas com salários menores que os pagos pelas partes modernizadas da economia.
Isso eu vi outro dia... os segmentos modernizados ganham em produtividade dos segmentos tradicionais. Como esse ganho é cada vez maior, o emprego nos segmentos tradicionais está cada vez pior, que ainda por cima sofre de vez em quando com o desemprego em massa.
Jão, quê que é produtividade?
Produtividade é a quantidade de alguma coisa produzida num tempo marcado por uma pessoa. Quer dizer: se a mamãe consegue fazer mais geladinho no mesmo tempo, ela aumentou a sua produtividade. Entendeu?
Entendi.
De qualquer jeito, a gente ainda tem muito trabalhador sem qualificação. E os setores tradicionais da economia utilizam mais esse pessoal, que não pode ser usado nos setores modernizados, porque estes precisam de gente qualificada.
Pai, quê que é gente qualificada?
Gente qualificada, meu bem, é gente que tá preparada pra fazer um trabalho. Sua mãe, por exemplo, é a pessoa mais qualificada que eu conheço pra fazer geladinho. Mas ela não é qualificada pra dirigir avião, porque ela não sabe.
Mãe, por que você não aprende a pilotar avião?
Ô, meu bem. Primeiro, porque mamãe não precisa dirigir avião. Depois, porque pra aprender custa caro e a gente não tem dinheiro.
É isso mermo, cumádi. Aí, a gente vê como o custo da educação e do treinamento pra gente ser qualificado é alto. É por isso que não tem patrão que goste de pagar. Eles gostam é de encontrar a gente já tudo pronto pro serviço, sem que tenham que gastar mais nada.
É assim mesmo, compadre. É por isso, minha filha, que papai e mamãe querem tanto que você vá pra escola todo dia, pra aprender alguma coisa e ficar qualificada, porque assim, quando você for trabalhar, seu salário pode ser maior e você não precisa mais ser pobre.
Ah, pai, eu vou poder comprar meu vestido?
Vai, meu amor. O vestido e muitas outras coisas. Mas primeiro tem que crescer e arranjar um trabalho bom. E pra isso, tem que continuar estudando enquanto papai e mamãe podem ajudar.
Isso leva a gente à questão da enorme reserva de mão-de-obra que nós temos.
Ô cumpádi, isso de mão-de-obra de reserva é uma coisa que eu nunca entendi muito bem...
É simples, compadre. O chamado exército de reserva de trabalhadores ou exército industrial de reserva, é o conjunto dos trabalhadores desempregados. Isso é um fenômeno próprio do sistema capitalista de produção e é ocasionado pelo desemprego tecnológico.
Ô cumpádi, que tal e desemprego tecnológico é esse? Pra mim, desemprego, é desemprego
Não, compadre. É o seguinte: o desemprego pode ter várias causas. Uma delas é quando acontece uma mudança da tecnologia que a sociedade usa para produzir seus bens. Essas mudanças na tecnologia dos meios de produção, que acontecem de vez em quando, exigem mão-de-obra mais qualificada, que não está preparada e leva um tempo até se preparar.
Aquilo que a gente falava lá atrás. Só que esses trabalhadores nem possuem a qualificação exigida e nem têm os meios para conseguir ela logo. Assim, passam a ser o exército de reserva de trabalhadores desempregados pela tecnologia. Ou melhor, pela mudança na tecnologia.
Mas pai, com tanta gente desempregada, sobrando pra trabalhar, não dava pra fazer mais produtos e ganhar mais?
Não, querida. Pelo contrário. Realmente, a gente tinha muita gente pra trabalhar, mas tinha pouca vaga de emprego. O trabalho na Bahia era mal pago porque se a gente não queria o emprego, tinha um bocado de gente precisando — o tal exército de reserva. Assim, esse exército de reserva faz a maior pressão.
Pois é. Eu sei que, na Bahia, o valor dos salários não andava junto com a produtividade e também não teve qualquer ajuda pra que o peão se profissionalizasse como teve nos estados do sul e do sudeste do Brasil.
Isso eu sei, tio. O tipo de emprego que tinha aqui e a falta de especialização dos trabalhadores ajudaram a manter os salários bem mais baixos que os das cidades mais industriais do Centro-Sul.
Ô cumpádi, me parece que é como uma perversidade sem fim, que se repete, que reproduz esses trabalhos que pagam mal e que tornam a alimentar a pobreza...
É isso mesmo, compadre. Talvez por isso é que Salvador é a capital brasileira com mais desemprego. Veja só: tem um enorme exército de reserva, o pessoal ganha pouco, o que não deixa que as pessoas comprem mais. Sem compras, não dá pra aumentar a produção. Saem aumentar a produção, não tem como criar novos empregos. É o que o pessoal chama de círculo vicioso, que é na verdade um círculo viciado pra deixar o pobre na pobreza.
Pai, e por que não se quebra esse círculo?
Esse círculo é difícil de quebrar, porque aquelas cidades industriais que falamos têm interesse em que ele continue, pra que elas continuem por cima. Tem mais uma coisa: quem tinha o poder econômico do Estado e quem decidia as políticas do País deixou pra gente um passado de baixos salários, sem muita chance pra que o povo baiano desenvolvesse o seu potencial.
Bom, já tá ficando tarde e daqui a pouco é hora de todo mundo dormir. Será que alguém pode me dizer o que foi que entendeu do que falamos aqui?
Pai, eu acho que a gente conseguiu, de uma forma bem simples, enxergar as causas econômicas que fazem da Bahia um Estado que tem uma grande parte da população em situação de pobreza.
Me parece, cumpádi, que era bom pra quem tinha os meios de produção — quer dizer, as máquinas, a terra, os engenhos, o dinheiro — manter a mão de obra barata e obediente.
É compadre. E interessava aos governantes do País e das elites do sudeste manter o Estado da Bahia na periferia, levando suas riquezas para desenvolver estados como São Paulo.
Compadre, a gente começou a conversa dizendo que a escravidão é o ponto de partida de todo o processo da situação ainda de escravos que vivemos hoje, onde os salários baixos só dão pra os trabalhadores terem filhos trabalhadores.
Justamente, mãe, sem deixar que eles tenham educação, bem-estar, qualidade de vida e muito menos que possam melhorar de vida na sociedade.
É isso: o círculo vicioso se mantém, a superestrutura é mantida e é impossível quebrá-lo sem que a população pobre tome consciência disso.
Sem acesso às escolas, o povo não pode compreender o processo do qual é escravo e muito menos tirar do poder aqueles políticos que se comprometem em continuar com o regime de exploração em que o povo vive.
Mesmo quem tem algum acesso à escola, recebe educação de péssima qualidade, sem nem ao menos compreender a importância que a educação pode ter para a vida. Eu vejo aí a escola da Ritinha, se eu não ficar de olho, o pessoal não quer nada...
Quem pode destacar algo importante disso que vimos?
Pai, parece que estudar porque é que tem pobreza na Bahia é muito importante pra que a gente melhore de vida.
Ei, até que você aprendeu alguma coisa mesmo, né? Agora, mais importante é diminuir as consequências da falta dessa melhora, enquanto ela não vem. Outra coisa que sei que é importante é ficar atento para a discussão do humanismo da economia, ou seja, precisamos considerar o homem no meio de toda essa economia.
Ó, cumpádi, eu penso que é preciso fazer uma revisão dessa urbanização e de como a economia rural se formou. A gente preciso rever as coisas sociais, econômicas e culturais. Eu acho que par campo e cidade é que parece ser o nosso melhor ponto de apoio para analisar as mudanças econômicas.
Eu penso que o tema da pobreza cobre muitos assuntos e se a gente estudar ele, e diminuir a pobreza, pode ajudar toda a sociedade.
Mãe, vamos dormir que eu quero acordar pra ir pra escola amanhã bem cedo que eu tenho que contar pras minhas colegas que eu vou crescer estudando e não vou ser mais pobre e vou comprar meu vestido.
É essa disposição mesmo que a gente quer ver em você, meu bem.
Cumádi, cumpádi, eu também já vou indo, amanhã cedo tem reunião no sindicato e eu quero levar umas ideias que a gente discutiu aqui hoje. Vou pra casa pensar um pouco enquanto o assunto tá fresco. B'a noite.
Bença, Padím
Deus te abençoe, minha filha. Tchau, Jão.
Tchau, tio. Eu também vou dormir que amanhã tem trabalho de equipe e eu vou fazer um texto tão bom com esse assunto que Aníbal vai querer tirar xerox.
Bom, eu também tenho que acordar cedo pra ir pegar o batente lá no trabalho...